Suicídio e Transtornos Mentais: dados atualizados, prevenção e caminhos possíveis

O suicídio é uma das questões de saúde pública mais urgentes do nosso tempo. Por trás de cada número, existe uma vida interrompida, uma família impactada e uma comunidade em luto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo (OMS).

No Brasil, a situação preocupa: os registros mostram aumento contínuo nas taxas de suicídio e de transtornos mentais, especialmente entre jovens e trabalhadores. Falar sobre esse tema com informação e acolhimento é fundamental para salvar vidas.

Panorama atual: dados no Brasil e no mundo

Cenário global

  • Mais de 700 mil mortes por suicídio todos os anos.

  • Entre jovens de 15 a 29 anos, o suicídio já é a quarta causa de morte mais comum (OMS).

Situação no Brasil

  • O país registra, em média, 38 suicídios por dia (Agência Brasil).

  • Entre 2011 e 2022, as taxas aumentaram 3,7% ao ano, segundo estudo da Fiocruz (Fiocruz).

  • Em 2023, o SUS registrou mais de 11,5 mil internações por tentativas de suicídio.

Esses dados mostram que a prevenção precisa ser prioridade — tanto no sistema de saúde quanto nas políticas públicas e nos espaços de convivência.

A relação entre transtornos mentais e o suicídio

Cerca de 90% das pessoas que morrem por suicídio apresentam algum transtorno mental diagnosticável (OMS). Entre os mais comuns estão:

  • Depressão

  • Transtornos de ansiedade

  • Transtorno bipolar

  • Dependência de álcool e drogas

Em 2024, o INSS registrou 472 mil afastamentos por transtornos mentais. Os diagnósticos mais frequentes foram:

  • reações ao estresse (28,6%),

  • transtornos de ansiedade (27,4%) e

  • episódios depressivos (25,1%) (Tribuna Hoje).

Esses números não são apenas estatísticas: representam pessoas em sofrimento que, muitas vezes, não encontram apoio no tempo certo.

Fatores de risco e vulnerabilidade

Além dos transtornos mentais, outros fatores aumentam o risco de suicídio:

  • Histórico de traumas na infância: estudo da FMUSP mostrou que 30% dos transtornos em adolescentes brasileiros têm origem em traumas precoces.

  • Idade: cerca de 75% dos transtornos mentais começam antes dos 24 anos, sendo metade antes dos 14 (Agência Brasil).

  • Desigualdades sociais: pobreza, violência e discriminação são agravantes importantes.

  • Estigma: o silêncio em torno da saúde mental impede que muitas pessoas busquem ajuda.

O que pode ser feito: prevenção e cuidado

Prevenir o suicídio exige ação coletiva e políticas consistentes. Alguns caminhos:

  1. Falar sobre saúde mental sem tabu: abrir espaços de escuta na família, no trabalho e na comunidade.

  2. Capacitar profissionais de saúde e educação: para identificar sinais de risco e agir rapidamente.

  3. Fortalecer a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS): os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) são portas de entrada fundamentais (Ministério da Saúde).

  4. Criar ambientes de trabalho saudáveis: empresas devem investir em prevenção, já que transtornos mentais são uma das principais causas de afastamento.

  5. Campanhas permanentes: como o Setembro Amarelo, que lembram que pedir ajuda é um ato de coragem.

Onde buscar ajuda

Se você está passando por um momento difícil, não hesite em buscar apoio:

  • CVV – Centro de Valorização da Vida: 188 (ligação gratuita, 24 horas por dia).

  • SUS: procure uma Unidade Básica de Saúde ou um CAPS na sua região.

  • Serviços de emergência: em situações graves, ligue 192 (SAMU).

Lembre-se: falar sobre suicídio é falar sobre vida.

Nenhum sofrimento precisa ser enfrentado sozinho.

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