Estar na Pele da Adriana: Página 21

ÉGRÉGORA


Nunca havia imaginado que a força acolhedora da coletividade pudesse proporcionar tanta cura. 

Corrigindo: a força acolhedora da coletividade feminina. 

Através de um poderoso senso de pertencimento, de compartilhar dores e desafios, de se identificar e ter empatia, o milagre surge.

E o milagre da cura acontece quando o que estava reprimindo na garganta e na mente, é solto como um grito de liberdade.

Como o bicho que se solta e saboreia a liberdade correndo livre no meio do mato. 

Como a água que irrompe violentamente quando as comportas tentam inutilmente repreendê-las. 

Quando há mudança de mente, evolução de consciência, quebra de tabus e pré conceitos, simplesmente deixamos de nos apequenar para caber em algo que não nos serve mais. 

E nesse grupo de mulheres corajosas, delicadas e fortes, eu me vejo. 

Através da outra, me identifico, aprendo com a caminhada individual, me conecto, tenho empatia, sofro, choro, dou risada, amo… e em cada aprendizado… cresço. 

Nesse grupo há segurança para compartilhar segredos e indagações, o oculto e o íntimo. A mulher selvagem caminha com sua matilha, e se liberta.

Caem por terra tudo o que me prendia através de estereótipos, reforçados pela materialidade e pelas crenças limitantes.  

Ainda estou em construção, ou me desconstruindo? 

E acredito que estarei até o meu último suspiro. 

Porque se eu não apreciar a jornada e aprender com ela, inclusive com os passos em falso, de que me adiantaria viver?

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Adriana Katsutani Lerner

Paulistana miscigenada, Comunicadora, ex Marqueteira, tia do Dani, do Pedro e do Vini. Ávida por qualquer tipo de conhecimento, qualquer tipo de cachorro e qualquer marca de café. Ama viajar mesmo que seja somente através dos livros. Valoriza uma boa música, cinema, bate papo, ou seja, as coisas mais simples da vida.