Estar na pele da Robertta: Página 02

SER MULHER EM 2022.


Nada mais oportuno neste momento do que ser MULHER.

Num período da história onde a Humanidade está mais do que nunca precisando de AMOR. Me refiro ao amor universal, incondicional, que evoca a Mulher como detentora do sentimento mais sublime que um Ser Humano possa exercer. Nascidas sob a influência do Planeta Vênus, e os homens sobre os eflúvios do Planeta Marte, a mulher tem o que chamamos de “cuidado do Ser”. Essa característica Maternal, independente de gerar ou não, o “cuidar” está implícito nas mulheres. Salvo os Homens que reconhecem essa ambiguidade em si mesmos, e exercem esse “cuidado” provendo outros seres de suas necessidades, falamos dos provedores, aqueles que têm um sentido de zelar pela sua prole. Mas aí você pode pensar, o Amor é qualidade humana de Ser. Claro que é, todo ser vivo tem a capacidade de amar.

Na minha humilde opinião, sujeita a erros e enganos, são formas diferentes de amor, nem melhor nem pior, apenas diferentes. O que nos ajuda a refletir sobre o por que eles necessitam tanto de “poder”. Lembrando a característica Marciana, de impulso, força e domínio, homens têm a tendência de expressar amor conquistando, … tudo e todos que atendam a seus interesses, sem esquecer que hoje, a mulher nessa luta por igualdade acabou assimilando parte desse conceito como amor próprio. Isso também não é um julgamento, posto que depois de milênios sendo desqualificada, humilhada e desmerecida, a mulher tomou como referência esse comportamento para poder sobreviver aos desmandos masculinos. Mesmo porque tudo que se vive se aprende, aprendemos a usar nossa “força” para fazer mostrar o quanto a testosterona não é a única que pode nos movimentar, o estrógeno, mesmo tornando a mulher mais delicada e sensível, carrega consigo a capacidade de raciocínio frente às diversidades, o que nos confere uma capacidade de transformar a delicadeza em estratégia. Palmas para as mulheres rsrs. Conheço homens muito inteligentes e estrategistas, que sabem usar a doçura para conquistar, só não sustentam esse estado de Ser, falta estrógenos neles rsrs.

E longe de ser uma crítica, apenas uma reflexão, quero colocar uma pergunta para o nosso momento: alguém conhece uma mulher na história que tenha começado ou desenvolvido uma guerra?

Na minha ignorância não conheço. 
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Conheço histórias de mulheres que se colocaram como soldados em várias lutas, mas apenas por um ideal de Paz e reconhecimento. Quem tiver outra informação por favor contribua para me tirar da ignorância. 

Então, aproveitando esta data de exaltação e reconhecimento do feminino, para falar da mulher que existe em mim.

Este sentido de Ser Mulher que reconheço em mim mesmo antes de aprender a falar, sempre veio recheado dos atributos qualificativos de um estado pleno de amor. Um amor que me permitiu suportar toda sorte de injustiças praticadas contra mim durante minha criação, vamos dizer dominadora de meus pais (não tenho competência técnica/acadêmica para emitir diagnóstico, mas hoje depois de muito estudar sobre o tema, chamo de narcisista, mesmo que inconsciente para eles). Mas depois de ler muito a respeito, cheguei à conclusão que se tivesse sido diferente, não teria me tornado a Mulher forte que sou hoje, e muito menos sobrevivido aos vilipêndios de uma sociedade narcisista, extrovertida ou oculta, maligna, perversa, histriônica, vitimista, que me fez vítima por alguns períodos enquanto eu me fortalecia para continuar “vivendo entre eles”, e que me tornou parte narcisista também. 

Ah, mas aí você pode dizer então que me tornei igual!

Não, não me tornei igual, despertei em mim um mecanismo de defesa necessário de subsistência para continuar lutando pelo meu lugar ao Sol. Sem nenhuma deferência à minha pessoa, tive muita ajuda do Plano Espiritual que me sustenta até hoje, porque mesmo tendo vivido tudo isso por sessenta e quatro anos, conservo em mim uma ingenuidade que às vezes a espiritualidade precisa bater na minha cara para eu acordar rsrs. Não tenho vergonha disso, tenho orgulho, sendo que apesar de ter sido vítima/sobrevivente de tudo isso, não perdi minha essência amorosa. 

Ou seja, nada do externo corrompeu minha natureza feminina de amorosidade, e sou eternamente grata a espiritualidade que me ajudou a preservar isso em mim. Gratidão.

E é dessa natureza que precisamos falar aqui, Ser Mulher independente do que o mundo faça conosco. Conseguir manter esse estado dentro de nós, protegido em nossos corações, que preservam o melhor que podemos ser nesta vida: amorosas, compassivas, compreensivas, tolerantes, dedicadas, cuidadoras, preservadoras da vida, sensíveis, que usam a força do Amor para construir e não destruir.
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Essa sublimidade do Ser não permeia todas nós, conheço mulheres que foram tão maltratadas que criaram uma barreira de defesa sem permitir que nada nem ninguém as atinja novamente. Eu compreendo, porque em muitos momentos de profundo sofrimento também me dispus a levantar esse muro entre mim e o mundo, graças a Deus sempre foi passageiro.

Sinto muito por aquelas que de tão feridas encontraram alento na dor, e não conseguem vislumbrar outra condição além de estarem prisioneiras em si mesmas, me dói saber e não poder fazer nada para ajudá-las. Muitas não permitem essa invasão, eu respeito.

Busquei recursos internos para sair dessa condição que para mim não era natural nem confortável. Tive sim ajuda também de profissionais da saúde da mente que por trinta e cinco anos me ajudam a refletir e buscar minha própria essência e ficar confortável dentro de mim. Só posso agradecer a esses anjos que Deus me manda, com a disposição de me ouvir e refletirmos juntos sobre o que verdadeiramente quero para minha existência enquanto Ser Humano sobre a Terra. Agradeço.

Mas voltando ao nosso tema, Ser Mulher em 2022, a pandemia colocou a todos no mesmo patamar, sem diferenças, sem privilégios, desprotegidos enquanto humanidade e à mercê do desconhecido. Não há situação mais apropriada para exercermos o sentido de Amar, do macro ao microcosmo de cada um, todos tivemos que nos reconhecer, conhecer a quem está ao lado, conviver com as diferenças para continuarmos vivos.

Foi didático, e uma misericórdia do Céu, as previsões, não precisa ser de Nostradamus, as geológicas anunciam o movimento das placas tectônicas, para quando ninguém sabe, mas seria uma seleção natural do ser humano sobre a terra.

Ao contrário de uma catástrofe física, tivemos uma catástrofe biológica.

Que varreu toda Terra, fazendo uma seleção natural silenciosa mostrando o poder do invisível sobre nós.

Mesmo sendo devastador e para muitos desumana, por quase dois anos o medo nos assolou a alma, lembrando a impermanência da vida.

Buda Sakiamuni nos lembra isso na suástica, (todos voltam para a origem) não como foi desvirtuada em sentido horário, num ângulo de 45 graus por Hitler tornando-a um símbolo de magia negra que evoca força e inteligência, mas em ângulo de 90 graus girando anti-horário, representando o Amor e a Misericórdia, nos lembrando que no passado reside o conhecimento e a sabedoria, a raiz, que muitos negam por considerarem como “ultrapassado” pelo conhecimento do homem moderno. Que pena que não posso por um emoji da moça cobrindo o rosto com a mão rsrs

Mas como seria para os sobreviventes? Como recomeçar depois de tamanha catástrofe sobre a Terra? Quais os traumas que essa população teria que gerenciar até criarem uma rotina novamente para suas vidas? 

Perdemos muitos de nossos amores, todos viveram essa dor, e muitos já não conseguem superar as perdas de seres queridos que significaram muito em nossas vidas, essa dor já está difícil de superar, imaginemos o que seria sem a estrutura física que temos. 

Um trabalho Hercúleo para reconstruir o mundo. 

Mas ao invés disso tivemos apenas que nos voltarmos para dentro de nós mesmos e encontrar a verdadeira natureza de Ser Humano. Julgo um trabalho contínuo, que apesar de ter sido imposto a nós, hoje vivemos outra imposição, a guerra, disputa de poder territorial. Por homens que na sua natureza Marciana, desconsideram tudo que já vivemos nestes dois últimos anos.

Volto na questão de Ser Mulher em 2022.

Cabe a nós, Seres Espirituais vivendo uma experiência Humana, evocarmos toda força de AMOR que existe em nós para emanar a todo Planeta um sentimento que infelizmente não é uma comum na Humanidade. 

Portanto, preciso dizer que não há conforto em nenhuma categorização que se faça a respeito de seres humanos, falar pelas mulheres trans, pelas mulheres lésbicas, mulheres negras, etc, não tem sentido se pensarmos o que é SER MULHER EM 2022.

Me vejo, e vejo toda expressão de feminino como SER HUMANO.
Independentemente de qualquer “categoria” que possamos ser colocadas, a natureza feminina se sobressai na sua mais pura condição de Ser Mulher. E nada nem ninguém pode mudar esse estado de existir/ser.
Categorizar é o mesmo que dividir, qualificar, separar, e essa não é minha visão sobre os seres racionais sobre a Terra. 
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É para mim uma dissensão do que é a máxima de “SOMOS TODOS IGUAIS PERANTE DEUS”, salvo nossas individualidades, e sem cunho religioso. Mas sim, Humano.

Todos temos em nós a capacidade e direito de existir neste mundo da maneira que nos cabe, salvo as pessoas que se colocam nessa “caixa” da massa de manobra imposta pelos que “dirigem/governam”, e se sentem obrigados a cumprir papéis, representar o que julgam necessário para sobreviver e serem aceitos confortavelmente.

Me perdoem se alguém se sentir ofendido com minha visão sobre o assunto, mas neste espaço que me é dado neste canal do Bem do Estar, preciso fazer uso da liberdade de expressar o que penso e como vejo a TODOS, sem exceção.

Fazendo uso de todo amor que existe em mim, deixo aqui este depoimento/opinião, para servir de alento, incentivo ou reflexão àqueles que se identificam ou não, essa é uma liberdade de expressão de direito comum, me reservo o direito de apenas SER.

Desejando a todas as mulheres do Mundo, que exponham o melhor que existe em nós, O AMOR.

Beijos no coração de cada uma.


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Robertta Francolin

Esteve no meio corporativo e serviço público dos 14 aos 21 anos.

Há 43 anos como profissional da beleza, sem intenção de parar de criar, sempre aberta para o novo.

Autodidata, sensitiva, sobrevivente.