Estar na Pele da Ana: Página 09

Por vezes é como um sopro, uma brisa que bate de repente e logo passa. Outras é como um furacão, não sentimos chegar, mas nos impacta e tira tudo do lugar.

Assim são as nossas emoções, por vezes apenas uma brisa constante que nos refresca em meio ao calor escaldante, ou apenas sopra lentamente esvoaçando os cabelos. Outrora nos preenchem completamente, como o próprio ar que corre enchendo nossos pulmões, nos deixa tontos, sem ar, numa espécie de flutuar sobre a terra. No entanto, também são capazes de nos levar ao chão, inesperada e bruscamente, como se o ar tivesse parado de entrar e sair em seu movimento naturalmente contínuo. A escolha é nossa? Sempre é? Em que estado da emoção desejamos estar? Por quais estágios queremos passar e vivenciar? Temos o poder dessa escolha?

Em geral, nos deixamos levar pela brisa, mergulhamos no turbilhão de emoções e sensações que nos invade, deixamos entrar, preencher, afinal, a sensação é extremamente maravilhosa ou desagradável ao ponto de apenas deixarmos vir. Então, por que geralmente me questiono quando tudo volta a estar no seu estado calmo e silencioso como antes de todo furacão de emoções chegar?

Não foi bom vivê-lo? Não me levou a um outro lugar? Não me causou prazer, alegrias, tristezas e desprazeres como praticamente tudo que passamos na vida? Então porquê questionamos tanto? Principalmente de maneira negativa o pós? Seria isso justo depois de tantas experiências? Tantas descobertas? Tantas e tantas?

Questionar possivelmente é um processo quase que automático de nós, seres humanos, mas até que ponto tantos questionamento nos faz bem? Não sei, mas aprendi que questionando aprendo, me re-educo, me encontro novamente e em seguida me perco, mas me faz estar em movimento constante comigo mesmo, o que acredito me fazer evoluir um pouquinho a cada vírgula.

***

Ana Cardoso

Apaixonada pela vida. Rir e fazer rir é uma boa dose de terapia da felicidade. Quando rimos, damos ao cérebro um momento de pausa, para viver apenas aquela sensação.  Escrever me liberta, me conecta a minha constante metamorfose, me ajudando a entendê-la melhor a cada dia. Quando compartilhamos o que sentimos, ou vivemos, estamos de alguma maneira nos curando. O amor pra mim é a melhor e maior escolha para um mundo melhor.