Efeitos de longo prazo do COVID na saúde da mente

A COVID-19 pode desenvolver sequelas e outras complicações médicas que duram semanas ou meses após a recuperação inicial.

Pesquisas definem que 80% dos pacientes sobreviventes do COVID-19 têm sintomas de longo prazo, para um sintoma ou mais.

Como mostra a figura (vide figura abaixo) foram identificados um total de 55 efeitos de longo prazo associados ao COVID-19 na literatura. A maioria dos efeitos corresponde a sintomas clínicos como fadiga, cefaléia, dores nas articulações, etc. Além disso, doenças neuropsiquiátricas como demência, depressão, ansiedade, transtorno de atenção e transtorno obsessivo-compulsivo também estiveram presentes

Long-term effects of coronavirus disease 2019 (COVID-19). The meta-analysis of the studies included an estimate for one symptom or more reported that 80% of the patients with COVID-19 have long-term symptoms. CRP C-reactive protein, CT computed tomography, IL-6 Interleukin-6, NT-proBNP (NT)-pro hormone BNP, OCD Obsessive Compulsive Disorder, PTSD Post-traumatic stress disorder. This figure was created using Biorender.com.

As causas dos sintomas neuropsiquiátricos em pacientes com COVID-19 são complexas e multifatoriais. Eles podem estar relacionados ao efeito direto da infecção, doença cerebrovascular, comprometimento fisiológico, efeitos colaterais de medicamentos e aspectos sociais de ter uma doença potencialmente fatal.

Os adultos têm um risco duplo de serem diagnosticados com transtorno psiquiátrico após o diagnóstico do COVID-19, e as condições psiquiátricas mais comuns apresentadas foram transtornos de ansiedade, insônia e demência. 

Por ser a COVID-19 uma doença nova, não é possível determinar por quanto tempo esses efeitos durarão.

O diagnóstico imediato e a intervenção de qualquer cuidado neuropsiquiátrico são recomendados para todos os pacientes em recuperação de COVID-19. É necessário um aumento nos modelos de atenção à saúde mental em hospitais e comunidades durante e após a pandemia COVID-19.

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Artigo completo originalmente publicado no site da revista acadêmica Nature, livremente resumido, traduzido e adaptado por Camila Kneip.