Conheça o Estresse, sua evolução e como prevenir pela psicologia cognitiva

O estresse sempre existiu, mas os estressores mudaram e, com isso, as estratégias de enfrentamento precisam ser atualizadas para serem efetivas. Antes de mais nada, é preciso entender que o estresse é uma reação do organismo com componentes físicos, psicológicos, mentais e hormonais, gerada pela necessidade de lidar com algo que ameace a estabilidade mental ou física da pessoa. Muitas vezes, nem é o evento presente o que gera o estresse, mas sim a interpretação dada, de modo que cada pessoa reage diferentemente ao mesmo estímulo. 

Foto: Luis Villasmil / Unsplash

Foto: Luis Villasmil / Unsplash

A evolução do estresse se dá em alguns estágios até a chegar a exaustão, que são eles: 

Estágio de alarme - o mecanismo natural de resposta a eventos estressantes pode ser gerado por qualquer tipo de estímulo desafiador. É a representação somática da necessidade de sobrevivência como a “chamada às armas” em defesa própria.

Estágio de resistência - sobrevivido ao impacto do desafio, o organismo busca reestabelecer a homeostase interna para manter sua sobrevivência. Muita energia é colocada, mas se o evento é eliminado ou se a pessoa se adapta à situação, as funções biológicas são reestabelecidas. Porém, as múltiplas adaptações cumulativas podem levar ao desgaste. 

Estágio de quase-exaustão - se o evento estressante continuar presente, a energia exigida para lidar com ele pode não ser mais suficiente. O organismo começa a se desorganizar e o processo de adoecimento se inicia. A recuperação ao estado de saúde já não é tão completa. 

Estágio de exaustão - Após um período de grande estresse, a pessoa não mais consegue se adaptar à situação, as reservas de energia se extinguem e pode ocorrer o adoecimento grave. O restabelecimento completo do organismo, sozinho, é quase impossível. 

Algumas pessoas possuem além do estresse, passam por algum transtorno mental, como no caso de uma fobia social, TOC, transtorno de humor, raiva e  hostilidade.

Doenças físicas também podem ser relacionadas ao estresse como o caso da hipertensão arterial, problemas dermatológicos graves, vitiligo, herpes e psoríase.

A frequência do estresse também é singular, pois algumas pessoas se estressam mais frequentemente e/ou mais intensamente do que outras. Uns passam por adversidades e conseguem se recuperar, outros não. A interpretação que se dá ao evento pode ser um dos fatores a serem considerados, além de outros fatores individuais, o contexto ambiental,os acontecimentos ao longo da vida e fatores de proteção.

O melhor tratamento do estresse é sua prevenção. E a ideia deste artigo, veio da vontade de convidar você a se prevenir.


Alguns passos podem ser usados, como:

  1. Aprenda o que é estresse e a reconhecer os sintomas; 

  2. Tente identificar as situações que lhe fazem ficar tenso (os chamados de estressores); 

  3. Afaste os estressores e, se possível elimine; 

  4. Faça uma autoanálise e tente descobrir se mantém algumas fontes internas de estresse e que o estão prejudicando como: a síndrome da pressa, modo de pensar estressante, raiva reprimida, desejo de ter tudo sob controle, necessidade excessiva de que tudo seja justo e de ser amado por todos; 

  5. Tente mudar o seu modo de pensar ou agir que possa estar sendo nocivo;

  6. Saiba o que é e o que causa a hipertensão;

  7. Entenda como o estresse afeta a pressão arterial; 

  8. Conheça seu padrão respiratório, para identificar quando ele estará mudando, antes de se tornar uma falta de ar;

  9. Aprenda a relaxar, praticando algum exercício de relaxamento todo dia;

  10. Avalie o seu nível de atividade física e regule-o. 



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Ricardo  Milito

Membro do Conselho de Administração do Instituto Bem do Estar. Psicólogo e administrador com experiência no segmento organizacional e projetos sociais. Curioso, observador e disposto a ajudar as pessoas buscarem respostas para suas questões. Acredita no potencial do ser humano.